Friday, July 26, 2024
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“Terroristas” presos em Ménaka: o exército do Mali estava errado?

Uma aldeia perto de Ménaka. Esta grande cidade no nordeste do Mali foi cercada por jihadistas em outubro de 2021. © Florent Vergnes/AFP

“Doze terroristas detidos”, “uma metralhadora PKM”, “dois AK-47”, “uma espigarda de caça”… operação de “reconhecimento ofensivo” realizada no dia anterior na região de Ménaka.

Esta operação é a primeira do gênero na região. Surge no momento em que o ramo local do Estado Islâmico do Grande Saara (EIGS) se impôs em quase toda a região e que, há meses, o nordeste do Mali vive ao ritmo de massacres de civis.

O problema é que as pessoas detidas perto da cidade de Tin Fadimata, localizadas a cerca de trinta milhas ao norte da cidade de Ménaka, pertenciam à Coordenação de Movimentos de Azawad (CMA), segundo Mohamed Elmaouloud Ramadane, executivo da CMA.

“Estes são membros do MNLA [Mouvement national de libération de l’Azawad] e dois deles são Fama [Forces armées maliennes]. Eles se juntaram às autoridades do exército reconstituído no âmbito do acordo de Argel”, explica, sem especificar sua identidade. Quanto ao material compreendido, trate-se-iam de armas “legais”. “As pessoas presas tinham uma ordem de missão especificando isso”, acrescenta.

Um erro do exército?

O exército cometeu um erro ou prendeu propositalmente membros do CMA? Contatado por jovem África, a direção da comunicação do exército do Mali não deu seguimento. “A fim de evitar qualquer confusão que possa gerar tensão no terreno, de acordo com as diretrizes das autoridades políticas de transição e no espírito de do acordo de paz e reconciliação resultante do processo de Argel (APR), o estado-maior dos exércitos convida os movimentos signatários a coordenarem os seus movimentos com a Fama”, especifica contudo o comunicado de imprensa.

Se assegurar que estão a decorrer diligências para a libertação dos doze detidos, atualmente detidos nas forças de defesa e segurança na cidade de Ménaka, o porta-voz dos ex-rebeldes recusa-se de momento a fazer qualquer comentário sobre a situação, querendo acreditar “num resultado rápido e rápido”.

É preciso dizer que entre o Estado do Mali e os ex-rebeldes separatistas, ambos signatários do acordo de paz de Argel, as relações são extremamente tensas e que qualquer declaração é suscetível de agravar a situação.

Embora o diálogo tentou rompido e acordo lute para ser aplicado, este novo incidente ocorre menos de um mês após o sobrevoo de baixa altitude da cidade de Kidal, reduto dos ex-rebeldes, pelos aviões do exército do Mali. Esta vaga de detenções pode então parecer uma provocação por parte do autoridades Malianos.

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